Quando entrei para a faculdade não tinha grande ambição de carreira, queria ser designer e estava aberta às possibilidades que surgissem para exercer a minha futura profissão. Já no segundo da faculdade comecei a trabalhar numa gráfica, e devo dizer que foi um momento decisivo para tudo o que se seguiu.
Quando terminei o meu curso já tinha 2 anos de trabalho em gráfica e já tinha dado os primeiros passos como designer. Foi de facto muito importante esta experiência, permitiu-me depois arranjar trabalho em pequenas e grandes agências de publicidade. Fiz um percurso normal para designer de comunicação, passei pela publicidade em agências multinacionais, trabalhando grandes marcas e fui aos poucos sendo convidada para gerir outras equipas de designers. Algures pelo meio tive a primeira experiência como freelancer, não amei na altura. O trabalho em agência já era exigente e fazer trabalhos depois fora de horas era demasiado.
Por ironia do destino e com despedimentos pelo meio, comecei a fazer mais trabalhos freelance. Foram aumentando, e fui acompanhando este aumento… criei um nome para a minha marca e comecei a promover mais o meu trabalho. E era isto, estava feliz como freelancer. Adeus patrões, adeus horários e ter que prestar contas a outros.
Ter um atelier em Lisboa? Nunca imaginei.
Eu sempre disse que não queria crescer ao ponto de ter empregados, de ter obrigações e custos fixos… mas a vida dá-nos a volta. Andei de cowork em cowork mas ao fim de uns anos eu e as minhas amigas, também freelancers, já não nos sentiam tão à vontade em partilhar um espaço. Criamos algo nosso, para termos as nossas coisas, decorado ao nosso jeito. E nem acredito que nesta altura começamos a ver lojas para alugar em Lisboa.
Foi então que num rasgo de insanidade concorri sozinha a uma loja no centro de Lisboa. Mas só concorri porque tinha a certeza que não ia dar em nada. Não disse quase a ninguém, até porque acho que ninguém acreditava que eu me fosse dar ao trabalho de passar por tanta burocracia só para me candidatar a um espaço físico que eu acreditava que não ia conseguir.
Bolas! Acabei por ficar com o espaço.
E agora? Foi o pânico quando eu soube. Aliás estava no Porto a caminho de uma talk para a qual tinha sido convidada para falar sobre o trabalho freelance.
Nunca quis ter uma espaço meu, nunca sonhei isto, não estava nos meus planos e de repente nesse mesmo dia à noite já estava a pensar em como ia decorar o espaço e que nome lhe ia dar. Crazy, I know!
Evolução de um bom trabalho
As coisas acabam por acontecer, assim naturalmente. Ao fim de vários anos a trabalhar como freelancer, a construir a minha marca, a ter cada vez mais clientes e trabalhos, as oportunidades acabam por acontecer.
Só pode ser mesmo o fruto de um trabalho bom, a recompensa do meu esforço.
One of these days…
I will have my own atelier
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